O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, disse hoje que usar produtos alimentícios pra fazer biocombustíveis representa um grave problema moral porque eleva o preço dos alimentos (veja aqui). É demais.
O FMI não deve entrar nessa de discutir moralidade dos preços dos alimentos. Primeiro porque não é da alçada deles. Segundo porque se formos entrar no mérito da moralidade dos preços, a conversa vai ser longa. Quem é que pode dizer se um preço é moral ou não? Qual o critério? Moralidade se aplica apenas aos preços dos alimentos ou dos medicamentos também? E quanto aos preços dos livros? E do algodão, cabelereiro, academia de ginástica? Já viram aonde vou chegar né? Uma vez que se começa a discussão, ela não tem fim. Se um preço tem moral, todos os preços têm moral. E se formos querer definir cada preço, então por necessidade teremos que planejar toda economia.
O retrospecto do FMI nas crises financeiras não é dos mais brilhantes. Tudo bem, na maior parte das vezes os políticos populistas é que faziam cagada. Mas se estão sem nada melhor pra fazer, tirem férias, porque discutir moralidade de preços é coisa de comunista.
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