“Descontroladinho emocional”. Essa é a definição dada pela psicóloga Hilda Morana ao médico que esquartejou a cliente e amante. Segundo O Globo, a conclusão foi feita após a aplicação do teste de Rorcharch [sic], veja aqui. Uma pesquisa relâmpago no Wikipedia* mostra que o teste inventado em 1921 apresenta uma série de problemas que praticamente invalidam suas conclusões, e muitos consideram-no como pseudo-ciência. Mas a sua utilização nas cortes brasileiras está longe de ser o nosso maior problema.
A relativização moral e excessiva psicologização levam a conclusões como essa dada pela psicóloga. Parece não haver mais limites claros entre o certo e o errado. Sequestraram o embaixador? Isso não é crime... é política! Botou fogo no índio? Coisa de adolescente! Roubou um banco? Coitado... estava com fome! Usou o cartão corporativo no free shop? Um simples engano! Esquartejou a amante? Nada demais, somente um descontrolezinho emocional! Parece que ninguém mais é responsável pelos próprios atos. Ou há um objetivo “maior” que os justifica, ou uma circunstância social que atenua, ou ainda uma química no cérebro que está errada.
Precisamos de menos desculpas e mais decência.
*Se quiser saber mais sobre o teste, procure por “Rorschach inkblot test”.
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